2015

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Reino de Cuxe

Reino de Cuxe /kʊʃ,_kʌʃ), foi um antigo reino africano situado ao sul de Assuão, entre a primeira e a sexta catarata do rio Nilo, onde hoje se localiza o Sudão. Estabelecido após o colapso da Era do Bronze e da desintegração do Novo Império egípcio, tinha como centro a cidade de Napata em sua primeira fase. Após a invasão do Egito pelo rei Cachta, no século VIII a.C., os reis cuxitas reinaram também como faraós da 25ª dinastia egípcia por um século, até que foram expulsos por Psamético I, em 656 a.C. Durante a Antiguidade Clássica, a capital do Reino de Cuche foi Meroé. Para os geógrafos gregos antigos, o império meroítico era conhecido como Etiópia. O Reino de Cuxe persistiu até oséculo IV d.C., quando perdeu força e se desintegrou devido a rebeliões internas.
O nome dado a esta civilização é proveniente do Velho Testamento, que registra um personagem bíblico, Cuche, um dos filhos de Cão que se estabeleceu no nordeste da África. Na Idade Antiga e na Bíblia, uma grande região que abrangia o norte do Sudão, o sul do Egito e partes da Etiópia, Eritreia e Somália era conhecida como Cuche. Outros estudiosos afirmam que a Cuche bíblica localizava-se no sul da Arábia.
Em português, o nome do personagem bíblico varia conforme a versão do Velho Testamento. O dicionário Houaiss e a tradução de João Ferreira de Almeida atualizada empregam a forma Cuche. Já a Bíblia Ave Maria, católica, prefere a grafia Cuscusita.
O gentílico de Cuche é cuchita ou cuxita.
As primeiras sociedades a se desenvolver na área surgiram na Núbia antes da Primeira Dinastia do Egito (3100–2 890 a.C.). Em cerca de 2 500 a.C., os egípcios começaram a avançar na direção sul e é por meio deles que a maior parte das informações sobre Cuche ficou conhecida. Mas esta expansão foi detida pela queda do Médio Império no Egito. A expansão egípcia recomeçou em aproximadamente em 1 500 a.C., mas desta vez encontrou resistência organizada. Os historiadores não têm certeza se esta resistência foi oferecida por cidades-Estado múltiplas ou por um império unificado, e debatem se o conceito de Estado surgiu ali de modo independente ou se foi tomado do Egito. Os egípcios lograram vencer a resistência e fizeram da região uma colônia sua, durante o reinado de Tutmés I, cujo exército mantinha ali um certo número de fortalezas.
No século XI a.C., disputas internas no Egito permitiram aos nativos derrubar o regime colonial egípcio e instituir um reino independente, governado a partir de Napata.
Este novo reino, com sede em Napata, foi unificado por Alara no período entre 780 e 755 a.C. Alara era visto pelos seus sucessores como o fundador do reino cuchita. O reino cresceu em influência e veio a dominar a região meridional egípcia de Elefantina e até mesmo Tebas, no reinado de Cachta, sucessor de Alara e que logrou no século VIII a.C.forçar Chepenuepet I, meia-irmã de Tacelotis III e "esposa do deus Amon", a adotar Amenirdis I, filha do soberano cuchita, como sucessora. Com isto, Tebas passou ao controlede facto do reino de Napata. Seu poder chegou ao auge com Pié, sucessor de Cachta, que conquistou todo o Egito e fundou a vigésima-quinta dinastia.
Quando os assírios invadiram em 671 a.C., Cuche tornou-se uma vez mais um Estado independente. O último rei cuchita a tentar retomar o controle do Egito foi Tantamani, que foi definitivamente derrotado pela Assíria em 664 a.C. Subsequentemente, o poder cuchita sobre o território egípcio declinou e extinguiu-se em 656 a.C., quando Psamético I, fundador da vigésima-sexta dinastia, reunificou o Egito. Em 591 a.C., os egípcios invadiram Cuche - possivelmente porque esta, governada por Aspelta, preparava-se para atacar o Egito - e saquearam e incendiaram Napata.
O declínio de Cuche é um assunto altamente controverso. Após o século II, os túmulos reais começam a reduzir-se em dimensões e esplendor e a construção de grandes monumentos cessou. Os sepultamentos reais em pirâmides cessam a partir de meados doséculo IV. Segundo a teoria tradicional, Cuche teria sido destruída por uma invasão do reino etíope de Axum, por volta de 350. Entretanto, alguns pensam que o relato axumita parece descrever a repressão a uma revolta em terras que os etíopes já controlavam. Ademais, refere-se apenas aos nubas (um povo dos montes Nuba, no atual Sudão), sem mencionar os governantes de Meroé.
O último rei de Meroé chamava-se Sect Lie; pouco mais é conhecido a seu respeito. Por volta do século VI, novos Estados se haviam formado na área antes controlada por Meroé. Ao que parece, os nobatas (mencionados em fontes romanas anteriores e que alguns estudiosos associam com os nubas) evoluíram para formar o Estado da Nobácia (um reino cristão africano na Baixa Núbia) e outros na região. Os outros dois Estados da área, Macúria e Alódia, eram similares. Falavam núbio antigo e escreviam com uma versão do alfabeto copta. A língua meroítica e sua escrita parecem ter desaparecido.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Cuche
Maria Eduarda n24

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